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Emocionante Carta Psicografada de uma vítima da Boate Kiss Guilherme Pontes Gonçalves





Querida mãezinha Mariângela e querido pai Ricardo.

A ficha ainda não caiu por completo e o mês de janeiro ainda está vivo em minha memória e da Stefani. Estamos lutando quanto tanto o senhor, a mãe, a tia Valéria e o Augusto. Não está sendo fácil viver sem a presença de tantos afetos que deixei para trás. Aproveite e abrace a senhora Rose e diga a ela que estamos indo aos trancos e barrancos, mas indo mesmo assim.

Até hoje estão procurando uma justificativa para a tragédia de Santa Maria que me vitimou e diria que fez não só o Brasil chorar como também muitos pais, qual vocês mesmos que de frente a televisão se viram impotentes para algo fazer. Foi uma cena muito difícil e até hoje não nos conformamos com o que aconteceu. De fato, a sensação que temos é de que alguém surgiu e jogou um balde de água fria em nossos sonhos e planejamentos futuros. Mas peço a vocês meus pais, que na medida do possível reúnam forças e se lembrem das centenas de mães e pais também enlutados e procurem aceitar as determinações divinas. Eu também lamento tudo o que ocorreu, mas só me resta tentar me adaptar a realidade. A avó Quirina está me amparando e não tem me faltado assistência. Eu estou emocionado.

Pai e mãe, estimaria vê-los distantes de quaisquer protestos que não me trarão de volta. Vamos lembrar que os responsáveis também têm famílias e não tiveram qualquer intenção quanto à tragédia acontecida. Pensemos no fato como uma fatalidade e hoje já começamos a entender um pouco em sentido mais profundo, do que nos ocorreu do ponto de vista da lei de causa e efeito.

Mãe e pai, continuem a caminhada, na certeza de que não me perderam de maneira alguma. Estou vivo. Ao invés de concentrar tanto nosso pensamento procurando por culpados, eu os convido a orarmos juntos por todas as vítimas e seus afetos enlutados. Beijo a todos.

Gui. Guilherme Pontes Gonçalves.






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